Tramas Que Contam Histórias
Cris Marzagão, médica e agora também designer de móveis, aposta na intuição, no afeto e em rigorosas pesquisas na hora de criar para sua marca em ascensão
por Lenora Rohlfs e Leopoldo Gurgel — plataforma TENDÊNCIAS | fotos Tiago Nunes e Lucas Dornas
Movida por um coração apaixonado, Cris Marzagão já esbarrou na engenharia quando escolhia que rumo tomar, formou-se em medicina e especializou-se em dermatologia. Sua sede de fazer o melhor e de ser uma profissional brilhante não estancou a sede de suas mãos, que aprenderam cedo com avós e tias a arte de tramar, enlaçar e bordar.
Com a filha já mais crescidinha e a carreira médica estabilizada, retornou a beber na cacimba a água desse rio pleno de ancestralidade. Primeiro, bordando, e, algum tempo depois, buscando em outros métodos uma terceira margem, inventando novas realidades para o seu cotidiano.


E foi durante a pandemia, a princípio para satisfazer a necessidade da própria casa e depois incentivada pelas pessoas que a rodeavam, que ela se viu às voltas com a criação de uma poltrona, entre erros e acertos com o serralheiro e a vontade de entender melhor sobre tecelagem.
As ideias começaram a brotar com mais intensidade, os estudos e as pesquisas em ergonomia, na arte do tecer e em design vieram na sequência e, sem medo de se arriscar em uma atmosfera na qual designers e arquitetos orbitam com desenvoltura, suas criações estrearam com sucesso em dois ambientes da CASACOR Minas 2023.
Atualmente, além de ter lançado a coleção Vilosidades, na Casadorada, uma requintada loja em BH, suas peças estão presentes na mostra Modernos Eternos 2024.
Sua marca, Estudio Trama, é pautada pela exclusividade: todas as peças têm certificado de autenticidade e fazem parte de edições muito limitadas. Uma forma de mostrar a presença do afeto em trabalhos totalmente feitos à mão.
O próximo passo está prestes a se concretizar: a abertura da loja Estudio Trama — Ateliê Aberto, no charmoso bairro Savassi, também na capital mineira. “Tenho muita vontade de aumentar minha produção e de capacitar mulheres para terem uma profissão e uma renda com o fazer manual”, comenta entusiasmada.