Os 25 Anos de Carreira de Didi Wagner
A apresentadora falou exclusivamente com a Diverso sobre viagens, histórias e filhas
por rayssa lobato | foto henrique gualtieri | styling mari gama | beauty ricardo vinicius | concepção bruno marinho
As mulheres estão alcançando cada vez mais destaque no mercado de trabalho, especialmente na televisão, e Didi Wagner é um exemplo inspirador desse fenômeno. Aos 48 anos de idade e 25 de carreira, além de encantar com sua beleza e seu carisma, ela conquistou lugar de destaque como uma das principais figuras na cobertura de renomados festivais no Brasil e em programas de sucesso na MTV e no Multishow.
Em 1999, Didi Wagner deu seus primeiros passos na televisão ao fazer um teste para ser VJ na MTV Brasil, o que culminou em sua contratação pela emissora. A estreia foi marcada pela parceria com Marcos Mion no programa de clipes “Supernova”, transmitido todas as tardes, e desde então sua trajetória tem sido contínua e repleta de sucesso. Inclusive, ela é lembrada até hoje por esse trabalho, que marcou gerações. A fase é motivo de orgulho para a artista.
Ainda nos anos 2000, Didi assumiu a apresentação do programa “Top 10 EUA”, que exibia os clipes mais pedidos pelos telespectadores. Em seguida, comandou o “Uá-Uá” e o “Verão MTV”, entre outros, como o “Videoclash” e o “Balela MTV”. Em 2006, estreou no Multishow, apresentando o programa “Lugar Incomum”, que segue no ar até hoje, com mais de 20 temporadas inéditas.
Ao longo de sua trajetória à frente da atração especializada em roteirizar os quatro cantos do mundo, ela iniciou as gravações em Nova York e posteriormente desbravou também: Londres, Berlim, Barcelona, Milão, Roma, Istambul, Paris, Los Angeles, Tóquio, Suíça, Tailândia, Portugal, Nova Zelândia, República Tcheca, entre outros.
Como se pode ver, a apresentadora não para, e em 2013 lançou um guia chamado “Minha Nova York”, que traz dicas essenciais e os lugares mais descolados que conheceu por lá. Já em 2022, concentrou seu tempo e energia no “Minha São Paulo”, livro fundamental para quem mora na cidade ou para brasileiros e estrangeiros que visitam a maior metrópole do país.
Mãe de três meninas — Laura, de 20, Luiza, de 18, e Júlia, de 15 —, Didi Wagner bateu um papo exclusivo com a equipe da Revista Diverso e contou um pouco sobre sua rotina de trabalho, viagens, família… e revelou alguns planos para 2024 que vocês conferem a seguir.
Para começarmos: quais os seus planos para 2024? O que podemos esperar da sua carreira neste ano?
Já estou a todo vapor, com diferentes projetos encaminhados até o fim do ano. Estou elaborando novos formatos e conteúdos tanto para a TV como para minhas redes sociais. E tenho também muitas viagens já planejadas para este ano. As viagens são um dos pilares que guiam tanto o meu trabalho quanto minha vida pessoal.
Nesses mais de 25 anos de carreira, quais foram os seus maiores desafios? Depois de tanto tempo, você já pensou em parar em algum momento?
Já enfrentei diversos desafios profissionais. Mas acho que um dos maiores foi quando o Multishow me contratou para desenvolver um projeto novo a quatro mãos. Criamos o “Lugar Incomum”, meu programa de viagens que se mostrou uma aposta bem-sucedida. Nesta minha trajetória na TV eu também sou desafiada a cada transmissão ao vivo dos grandes festivais de música, que são sempre permeados por imprevistos e diferentes variáveis. Esse é o charme do “ao vivo” — cada entrada no ar é uma emoção.
Você é uma apaixonada por viagens, certo? Conte pra gente, então, qual a melhor e a pior parte de viajar. Tem alguma história louca para contar?
A melhor parte de viajar é explorar novos lugares, culturas e sabores, expandindo nossos horizontes. Se tudo isso puder ser acompanhado de contato com pessoas locais, a experiência se torna ainda mais profunda e completa. A pior parte pode ser lidar com imprevistos, como atrasos em voos, dias extremamente chuvosos, que sempre atrapalham um pouco as expedições, entre outros.
Mas vale lembrar que muitas vezes os “perrengues” (que na hora geram aborrecimentos) depois viram histórias divertidas para contar. Não é fácil, mas o ideal é manter sempre o bom humor, mesmo nos momentos mais complicados de uma viagem.
Quanto a histórias loucas, tenho várias! Como, por exemplo, me perder em uma cidade grande sem falar a língua local (numa era pré-Google Maps). A melhor definição de viagem eu deixo para a poetisa Cecília Meirelles: “A arte de viajar é uma arte de admirar, uma arte de amar. É ir em peregrinação, participando intensamente de coisas, de fatos, de vidas com as quais nos correspondemos desde sempre e para sempre”.
Ainda sobre viagens, você já lançou até um guia de São Paulo, de onde surgiu a ideia?
O “Minha São Paulo” veio na esteira do sucesso editorial do “Minha Nova York”, guia sobre a cidade onde morei com a minha família por cinco anos e que teve quatro edições lançadas e mais de 20 mil exemplares vendidos. Senti o desejo de homenagear a metrópole onde nasci e habito praticamente desde sempre, e decidi então lançar o “Minha São Paulo” — livro bilíngue de “didicas” de uma paulistana apaixonada pela cidade. Entre tantos lugares especiais de São Paulo, destaco a Pinacoteca do Estado e a Pina Contemporânea.
Aliás, segue a “didica cultural”: a Pinacoteca traz a mostra interativa “Lygia Clark: projeto para um planeta”, que retrata o legado de uma das mais importantes pintoras e escultoras contemporâneas do Brasil. Fica em cartaz até 4 de agosto.
Você já apresentou e ainda apresenta inúmeros festivais de música, como RIR, Lollapalooza, The Town. Esse trabalho exige muita preparação física e mental? Como você se prepara nesses períodos de maratona?
Sim, apresentar festivais de música é uma experiência emocionante, mas requer muita preparação mental e física. Durante esses períodos de maratona, foco em cuidar do meu corpo com uma dieta saudável, exercícios físicos regulares e descanso adequado. Mentalmente, me preparo estudando sobre as bandas que vão se apresentar, conhecendo o line-up detalhadamente e me mantendo atualizada sobre as tendências musicais. Além disso, é importante estar aberta a imprevistos e ser flexível para lidar com qualquer situação que surgir durante o evento.
Em todo esse tempo na estrada, você já entrevistou inúmeros artistas. Mas quem ainda falta entrevistar, ou que você gostaria muito e ainda não aconteceu?
Depois de tantos anos de carreira, realmente tive o privilégio de entrevistar muitos artistas incríveis. Mas sempre há aqueles que ainda sonho em entrevistar. Uma pessoa que adoraria ter a oportunidade de conversar é a cantora e compositora britânica Adele. Ela é conhecida por sua voz poderosa e suas letras emocionais, e seria interessante explorar sua jornada musical, suas inspirações e perspectivas sobre a indústria da música. Outra artista que eu admiro demais é Lady Gaga. Isso sem falar na minha maior ídolo, Beyoncé. Sei que são entrevistas praticamente impossíveis de acontecer, mas a gente sempre pode sonhar, né?!
Como você faz para conciliar a vida profissional com suas filhas? Falando nelas, como é a Didi Wagner mãe? A maternidade para você é um desafio?
A maternidade é uma experiência única e transformadora, e nada me enriquece tanto como ser mãe da Laura, da Luiza e da Júlia. Os desafios vão mudando ao longo do tempo. Minha maior missão é promover a autonomia e a independência das minhas meninas, sempre dando carinho e suporte na retaguarda. Espero que elas sejam livres e confiantes para fazer suas escolhas, traçar suas próprias trajetórias e buscar seus objetivos, respeitando determinados limites e regras e podendo contar com o meu apoio sempre que necessário. São ensinamentos e aprendizados diários dos dois lados, tudo sempre permeado por amor, cuidado e zelo.
Você é bem participativa na internet. Como é a sua ligação com as redes sociais? Está sempre conectada?
Eu adoro estar conectada e interagir com meus seguidores. As redes sociais são uma forma incrível de compartilhar minhas experiências de viagem e cultura e me manter próxima do meu público, além de ser também uma boa ferramenta para me deixar atualizada sobre notícias, tendências comportamentais e linguagens novas de audiovisual. Mas também tento equilibrar, sabe? É importante desligar de vez em quando e curtir o momento off-line.
Didi, cada vez mais, as mulheres vêm conquistando seu espaço no mercado de trabalho e se destacando em vários ramos. Você é um exemplo disso! Qual conselho você deixaria para as nossas seguidoras?
Acho que o melhor caminho é buscar uma atividade profissional que tenha um propósito alinhado com seus valores e ideais. No meu caso, decidi trabalhar com música e viagem, em uma carreira de comunicação na televisão, porque eu acredito que o mundo precisa de entretenimento. Este é o meu propósito: levar cultura e diversão para as pessoas.